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arquiteto de orgasmos

 

mãos

se tocam

se apertam.

 

cabelos

orelhas

pescoço

boca.

no beijo

mãos ficam bobas

dedos acariciam

e invadem.

 

lentamente.

bem lentamente.

a princípio não há de ter pressa.

 

um rio foi despertado

a mina foi descoberta

e pede para escutar histórias safadas.

 

a língua obedece

e fala

bem de perto

na ponta

na base

por dentro.

 

água doce de riacho escorre entre as montanhas.

 

há um guerreiro invasor.

alto e belo

armado

pronto para a batalha

que explora terrenos nunca visitados

e invade.

entra

sai.

devagar

rápido.

 

o grito!

o clímax!

o guerreiro recua

fraco

depois da intensa batalha.

 

fraco.

 

bocas não se desprendem.

sorrisos não se desfazem.

pensamentos não se revelam.

 

mãos sem forças

se afastam

em distâncias mínimas.

 

tudo pára

por momentos

até novas explorações.

 

o arquiteto não falha...

 

 

 

tesão

 

mãos dadas

mãos bobas

mãos

dedos

indicador

maior de todos

abusados

tocando o mamilo sobre a camiseta branca

escuros

desvios.

 

dedos dados

dedos

mão

sua vez

de me tocar bolso adentro

endurecendo-me

absurdamente delicioso

absolutamente molhado.

 

encharcados.

 

no bar

a cachaça dividida

bocas

línguas

mãos bobas

 

bobos

loucos para voltar à prisão do quarto

frio

e quente.

 

muito quente.

tesão...

 

 

 

fio

 

a língua

na cabeça

me alucina

mexe com meus nervos

enlouquece meus neurônios

carentes

sem sangue

todo com ele

o falo

que a deusa devora.

 

engole

engasga

escapa.

 

ilesa

quer mais

e tem.

 

como um sorvete

sou devorado

alucino

e estouro

em jatos potentes

que batem em dentes

e língua.

 

seus olhos brilham.

 

ela venceu!

seu prêmio

escorre

pelo canto esquerdo da boca.

 

em um fio...

 

 

 

iogurte

 

ela lia informações de iogurtes no supermercado.

 

olha para mim

(olhos azuis)

sorriso malicioso

abre o iogurte

lambe a tampinha

passa a língua

bem devagarinho

uma vez

duas

três milhões de vezes.

 

encara-me.

 

excito-me

(o volume em mim me entrega)

sou dela.

clamo silenciosamente para ser seu escravo!

mas ela me ignora

vai embora

passa perto

olha-me nos olhos

soltando o iogurte

(vazio)

em minhas mãos.

 

paraliso.

 

ela se vai.

cheiro de cio no ar.

 

potinho na mão

com uma lambida

sinto sua saliva

no pouco que resta

na tampinha.

 

saliva doce.

inebriante.

dominadora...

 

 

 

ajoelhados

 

ajoelhada

mãos juntas

seguram

meu membro.

sinto

no instinto insano do momento

o momento

chegando.

sangue fervendo

vem vindo

como cócegas

de dentro pra fora

e explode

em sua garganta.

ajoelhada

agradece

e engole até a última gota

de minúsculos eus.

ajoelhada

me pede:

- agora é a sua vez!

 

ajoelhado

obedeço...

 

 

 

dona do meu segredo

 

olhos nos olhos

boca em boca

línguas curiosas.

 

mãos exploradoras

procuram

nos corpos

lugares macios

e duros.

 

o segredo é contado no ouvido.

 

sorrisos

sensualidade

olhos brilham

invasão.

 

enroscam-se

dançam

sem sair do lugar.

 

ela e eu

poetas

apaixonados

pela vida

e um

pelo outro.

 

 

 

todas as poesias são de autoria de jorge de siqueira

 

conteúdo erótico. algumas poesias podem ofender aos desavisados.

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