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utopia

 

meus versos

me desnudam

expõe dor

e orgasmos.

 

olhos que surgem

bocas que vão.

água salgada

areia

mãos dadas

amor.

 

e me sinto nu...

 

nada sou!

nada mais que sonhos.

 

estou nu

vestido de utopia

não ria de mim.

 

se você ainda não me entende

desista!

você nunca entenderá...

 

 

limão

 

sou azedo

irrito sua língua

incomodo seu paladar.

 

sou aborrecedor

mas posso virar um suco

uma limonada

só depende do açúcar

que você colocar.

 

mas você me prefere amargo

porque te incomoda

e você pode me criticar.

 

adicione pinga

ou um pouco de vodka

que te embriago

te entonteço

te enlouqueço.

 

sou limão

sou azedo

mas foi você quem me fez assim.

 

você pode me transformar

mas será que quer?

 

contudo

não se esqueça

que também sou tempero

e você precisa de mim.

 

eu dou sabor à sua vida...

 

 

 

só mais um

 

ando devagar

não tenho pressa

não tenho para onde ir

não quero chegar a lugar algum.

 

os rostos que passam por mim

são diferentes

e tão iguais.

 

que deus criativo...

 

brancos, pretos,

altos, baixos,

homens, mulheres.

 

e eu no meio...

 

meu rosto é mais um

diferente e igual

como todos os outros.

 

meus pés andam devagar.

 

sigo numa calçada qualquer

que vai para uma praça qualquer

como tantas e tantas por aí.

 

meus olhos estão cinza.

minha pele?

sem cor...

 

meus passos não tem direção.

sou mais um numa multidão.

 

sou único

e exclusivo

como você

e milhões que estão por aí...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

todas as poesias são de autoria de jorge de siqueira

 

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